Avanços no Tratamento da Necrose do Quadril
A Necrose do Quadril, conhecida também como Osteonecrose da Cabeça do Fêmur, ocorre quando há interrupção no suprimento de sangue para o osso, levando à morte das células ósseas.
Essa condição provoca dor, rigidez e limitação dos movimentos, comprometendo a mobilidade e a qualidade de vida.
Sem o tratamento adequado, a doença pode evoluir, provocar deformidade na articulação e, em estágios avançados, levar à perda funcional significativa.
Os avanços na ortopedia tornaram os tratamentos mais seguros, eficazes e, muitas vezes, voltados à preservação da articulação.
Com as técnicas modernas, é possível aliviar a dor, frear a progressão da doença e, em muitos casos, adiar ou até evitar a necessidade de uma prótese de quadril.
A seguir, explico os principais sintomas, as opções de tratamento e as inovações tecnológicas que estão transformando o cuidado de pacientes com necrose do quadril.
Entendendo a necrose do quadril
A necrose do quadril acontece quando a irrigação sanguínea da cabeça do fêmur é comprometida. Sem oxigênio e nutrientes, o tecido ósseo se deteriora, o que pode comprometer a articulação. Com a progressão da doença, surgem sintomas como dor intensa, rigidez e limitação dos movimentos.
As causas da necrose do quadril são diversas, incluindo uso prolongado de corticoides, consumo excessivo de álcool, traumas prévios ou origem idiopática, quando não é possível identificar a origem específica.
Trata-se de uma condição progressiva que exige avaliação especializada e início precoce do tratamento para evitar complicações.
Principais sinais de alerta
Os sintomas da necrose do quadril nem sempre são evidentes no início e costumam ser confundidos com outras condições, como bursite trocantérica ou artrose precoce.
Por isso, é importante estar atento a alguns sinais, principalmente se persistirem por mais de algumas semanas:
- Dor na virilha ou no quadril, com possível irradiação para a coxa;
- Desconforto ao caminhar, subir escadas ou permanecer em pé por longos períodos;
- Rigidez articular e redução da amplitude de movimento;
- Em fases avançadas, dor mesmo em repouso e mancar ao andar.
Diagnóstico com precisão
Além da avaliação clínica detalhada, utilizo exames de imagem que ajudam a confirmar o estágio da necrose:
- Radiografia do quadril: indicada para detectar alterações em fases avançadas;
- Ressonância magnética: para o diagnóstico precoce, mesmo quando a radiografia ainda está normal;
- Tomografia computadorizada: útil em casos de suspeita de colapso ósseo ou no planejamento cirúrgico detalhado.
Com esses exames, consigo determinar a extensão do comprometimento ósseo e definir a melhor conduta terapêutica, sempre levando em conta a idade, o nível de atividade e os objetivos de cada paciente.
Avanços que transformaram o tratamento da necrose do quadril
A ortopedia do quadril passou por avanços nos últimos anos, principalmente no que diz respeito à preservação da articulação e à recuperação funcional.
Hoje, conseguimos adaptar o tratamento ao estágio da necrose, buscando o melhor resultado com o menor impacto possível.
Tratamento conservador nos estágios iniciais
Quando o diagnóstico é feito precocemente, antes do colapso ósseo, é possível adotar medidas não cirúrgicas para estabilizar o quadro e preservar a articulação:
- Controle da carga, com uso temporário de bengalas ou muletas;
- Fisioterapia especializada, voltada à preservação da mobilidade, fortalecimento muscular e alívio da dor;
- Medicamentos específicos, como vasodilatadores ou anti-inflamatórios, que auxiliam na circulação óssea local;
- Suplementação de cálcio e vitamina D, associada a monitoramento clínico regular.
Essa abordagem exige acompanhamento contínuo, já que a progressão da necrose pode ser silenciosa, e a indicação cirúrgica pode se tornar necessária caso o quadro evolua.
Procedimentos que preservam a articulação
Quando a necrose do quadril está localizada e ainda há estrutura óssea viável, opto por procedimentos que preservam a articulação, evitando ou adiando a necessidade de uma prótese total de quadril. Entre as opções disponíveis, destaco:
- Descompressão da cabeça femoral: reduz a pressão intraóssea e estimula a regeneração do osso;
- Enxerto ósseo: preenche áreas comprometidas e oferece suporte estrutural à região afetada;
- Terapias biológicas, como:
- Células-tronco, com potencial regenerativo;
- Plasma rico em plaquetas (PRP), com ação anti-inflamatória e estimulante de reparo tecidual;
- Substitutos ósseos bioativos, que promovem a formação de osso novo.
- Células-tronco, com potencial regenerativo;
Essas estratégias são indicadas para pacientes mais jovens, com bom condicionamento físico, e quando a preservação da articulação natural ainda é possível com eficácia.
Artroplastia de quadril em casos avançados
Nos casos em que há colapso da cabeça femoral ou desgaste articular significativo, a melhor opção passa a ser a artroplastia de quadril — cirurgia que substitui a articulação danificada por uma prótese moderna, durável e funcional.
As próteses atuais são produzidas com materiais de alta tecnologia, como titânio e polietileno de alta densidade, permitindo uma vida ativa e, em muitos casos, o retorno seguro às atividades físicas.
Sempre que possível, realizo a cirurgia com técnicas minimamente invasivas, que oferecem benefícios importantes:
- Menor tempo de internação;
- Menos dor no pós-operatório;
- Recuperação mais rápida.
A indicação da prótese de quadril considera critérios clínicos e o impacto da doença na rotina do paciente, com foco no alívio da dor, na recuperação da mobilidade e na qualidade de vida.
Cuidar do quadril é cuidar da sua mobilidade
Se você tem necrose do quadril, dor, rigidez ou dificuldade para caminhar, há tratamentos que aliviam os sintomas, preservam a articulação e recuperam sua mobilidade.
O diagnóstico precoce evita a progressão da doença e reduz a necessidade de tratamentos mais invasivos.
Sente dor no quadril ou já recebeu o diagnóstico? Agende sua consulta. Vamos definir o tratamento ideal para o seu caso.
Dr. Daniel Daniachi
Cirurgião do Quadril
CRM-SP: 117036 | RQE: 120008
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Formou-se na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), onde fez sua residência em Ortopedia e Traumatologia. Também possui subespecialização em Cirurgia do Quadril pela mesma instituição.
CRM 117036